terça-feira, 22 de junho de 2010


A IMPORTÂNCIA DA LÍNGUA PORTUGUESA

O escritor gaúcho Mário Quintana já havia dito, em uma de suas famosas frases de impacto, que “Um bom poema é aquele que nos dá a impressão de que está lendo a gente e não a gente a ele!”. Ao nos deparamos com um trecho do Soneto da Maioridade, de Vinícius de Moraes, podemos, quase instantaneamente, afirmar que ele não foi feito para ser lido, porque é ele mesmo quem parece ler as aspirações, angústias e euforias daqueles que transitam para um estágio de maioridade, naquela fase em que ela se iguala à maturidade. Pensando mais particularmente no universo do ensino médio, em sua etapa final, não fica difícil inferir que a maturidade, essa “rosa que enfloresceu ano por ano”, manifesta-se, dentre muitas maneiras, na postura frente a um futuro que se anuncia – a escolha segura de uma profissão, a passagem do colégio para a Universidade. Essa travessia, porém, do ensino médio para o curso de graduação, mostra-se, muitas vezes, obscura e temerosa, porque o elo entre uma ponta do caminho e a outra é justamente o vestibular. E, é em nome do alcance da “esplêndida maioridade”, para lidar com essa fase vestibulanda, que estas palavras estão presentes aqui, sobretudo, na mostra de orientações acerca de uma das partes do caminho vestibular (e que não seja uma pedra no meio do caminho!): a prova de Língua Portuguesa.

Para isso o aluno precisa:

1) Descreva e interprete a diversidade de usos lingüísticos, que depende, basicamente, da situação, dos assuntos tratados e dos interlocutores;
2) Reconheça os traços característicos da fala na diferença com a escrita; de textos técnicos na diferença com não técnicos; de textos de maior formalidade na diferença com os de menor formalidade; das variedades lingüísticas de prestígio na diferença com aquelas socialmente desvalorizadas. Assim, as “boas e velhas regras gramaticais” passam a ter um enfoque diferente, já que estão a serviço dos interlocutores para cumprirem suas intenções na formulação de um texto.
3) Espera-se, inclusive, que o aluno saiba empregar as técnicas gramaticais não só como ferramentas de interpretação, mas também como instrumento de produção textual, tanto nas respostas discursivas, quanto nas redações. Usar os elementos gramaticais com coerência e segurança são bons indícios de que os candidatos estão no caminho certo.

Não se torna tarefa difícil estudar Língua Portuguesa. Devemos saber fazer. E saber estudar Português, de acordo com esse novo perfil, resume-se, basicamente, a alguns procedimentos:

1) Assimilar certas teorias lingüísticas e gramaticais; aplicá-las sempre em exercícios, para a observação de como esses ensinamentos da gramática se aplicam aos textos em que estão presentes; se “fogem” às orientações padrões, por que ocorrem, com que intenções o escrevente os empregou;
2) Mesclar os exercícios entre os graus fácil, médio e difícil de compreensão, para reforçar o entendimento com os fáceis; relacionar conceitos com os medianos e aplicar e avaliar a gramática no texto, a parti dos mais elaborados;
3) Construir pequenos resumos ou fichamentos sobre tópicos lingüísticos e gramaticais importantes, registrando os empregos que motivam as variações semânticas e as significações não previstas pela roupagem gramatical.
4) Criar um horário fixo de estudos, sem excessos, para tornar a prática interpretativa cada vez mais freqüente e menos distante da realidade do aluno.

Não se trata de uma lista de bons procedimentos estudantis, mas de conselhos para que a Língua Portuguesa não seja a pedra no caminho o qual conduzirá a tão sonhada maturidade, a uma “esplêndida maioridade”, que a Universidade vem ajudar a solidificar. E, antes da maturidade na Graduação, no exercícios profissional, conhecer os pedaços do caminho a ser percorrido agora também constitui uma “maioridade outra”, aquela que devemos buscar na fase vestibulanda.

As palavras selecionadas aqui confirmam as singularidades da Língua Portuguesa nas provas vestibulares. Concentração, treino e leitura são elementos-chave para os exames. A consciência de que a língua é o instrumento para o alcance da interpretação de um texto é um grande motivo que justifica o tipo de aluno pelo qual as Universidades esperam: um indivíduo pensante, crítico e atuante na sociedade, em qualquer profissão.

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